Totonho lança no segundo semestre o álbum ‘Ai dentu – Funk de embolada e hip hop do mato’ Natália Di Lorenzo / Divulgação ♫ NOTÍCIA ♪ Nascido em
Cantora somente conseguiu imprimir a verdadeira personalidade artística no LP ‘Samba eu canto assim’, produzido por Armando Pittigliani em 1965 com música
Segundo documentos enviados pela produtora ao governo do Rio de Janeiro, cantora não fará outro show na América do Sul neste ano. Lady Gaga durante a premie
Josyara alinha oito músicas autorais no fluxo do álbum ‘Avia’ entre regravações de composições de Anelis Assumpção e Cátia de França Juh Almeida /...
Josyara alinha oito músicas autorais no fluxo do álbum ‘Avia’ entre regravações de composições de Anelis Assumpção e Cátia de França Juh Almeida / Divulgação ♫ OPINIÃO SOBRE DISCO Título: Avia Artista: Josyara Cotação: ★ ★ ★ 1/2 ♬ É estranho que Josyara abra um álbum essencialmente autoral como Avia – no mundo a partir de amanhã, 11 de abril – com música de lavra alheia, Eu gosto assim (2014), lançada há onze anos pela autora Anelis Assumpção com toque de latinidade. E é mais estranho ainda que essa faixa seja o ponto mais alto do disco gravado com (primorosa) produção musical orquestrada pela própria Josyara com Rafael Ramos. Fica a impressão de que Eu gosto assim é música que nasceu para ser gravada por essa baiana de Juazeiro (BA), dona de um violão manso e furioso, de toque percussivo, evidenciado no álbum Avia sobretudo na cadência bonita da música De samba em samba, faixa bafejada pelos sopros arranjados por Josyara com o trompetista Diogo Gomes. É o violão de Josyara que abre a gravação de Eu gosto assim e, por consequência, abre o disco. No anterior álbum autoral da artista, ÀdeusdarÁ (2022), o violão de Josyara foi abafado pelo baticum afro-baiano proeminente nesse disco. Em Avia, o violão está lá, não soberano, mas com mais destaque, em interação com os toques de músicos como Alberto Continentino (baixo), Kainã do Jêje (percussão) e Rodrigo Tavares (piano e teclados). Esse time de virtuoses produziu um som quente. Avia irradia calor na sonoridade que valoriza repertório composto por oito músicas autorais e pelas recriações da já mencionada Eu gosto assim e da já conhecida abordagem de Ensacado (1979), parceria da compositora paraibana Cátia de França com o poeta e letrista Sérgio Natureza. Música revivida pela nova baiana com a conterrânea Pitty, parceira na inédita Sobre nós, Ensacado faz sentido no roteiro afogueado do álbum Avia porque o canto de Josyara é árido mesmo quando doce, ecoando a força feminina do sertão nordestino. É com a temperatura quente do disco que escorre Seiva, parceria de Josyara com Iara Rennó que exala lembrança de gozo em conexão com a poética do álbum que projetou a artista, Mansa fúria (2018), disco embebido em saudades de lugares e pessoas. Josyara sofre sem lamento. Se expia a dor do abandono em Festa nada a ver, a cantora deixa escorrer a mágoa no fluxo de Corredeiras. Prova de amor é samba composto por Josyara com Juliana Linhares e gravado em Avia com menor poder de sedução no conjunto da obra. Na sequência, Peixe coração – parceria de Josyara com Liniker, autora da letra – é faixa de poética ardente mergulhada em águas revolvidas com força rítmica. No arremate do disco Avia, editado pela gravadora Deck, Oasis (a duna e o vento) é canção que junta as vozes de Josyara com Chico Chico. Em suma, neste álbum invariavelmente pautado pela quentura do som, Josyara segue em frente, propagando palavras (as próprias e as alheias) com ritmo ao redor de um sol a pino. Capa do álbum ‘Avia’, de Josyara Juh Almeida